terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Coisas de Almada e de Gente Que Viveu e Vive Almada

Horários, na década de 60, das carreiras Cacilhas-Bairro das Casas Económicas da Cova da Piedade-Cacilhas, por Almada, exploradas pela empresa "Piedense", horário superior e pela Cova da Piedade, exploradas pela empresa "Beira Rio", horário inferior.
Recorde-se que estas carreiras transportavam no tempo muitos passageiros.
A carreira da "Piedense", via Almada usava a Rua Dr. Oliveira Salazar (actual rua da Liberdade) nos sentidos descendente e ascendente. No sentido descendente vinha até ao Pombal, onde entrava à direita no Bairro, pela Rua das Terras dos Cortes Reais e ia até ao Largo da Igreja (Praça de Ceuta) onde ficavam as últimas paragens das duas carreiras, uma de um lado e outra do lado oposto da placa central. A "Piedense" do lado nascente e a "Beira Rio" do lado poente.
No sentido inverso esta carreira saía do Bairro pela mesma rua onde entrara.
Na Rua Dr. Oliveira Salazar havia paragens no Pombal e outras sensivelmente a meio desta Rua. Esta carreira servia uma vasta população de moradores nas zonas envolventes destas paragens, para além, claro, de residentes do Bairro.
A carreira da "Piedense" fazia o percurso dentro do Bairro pelas Ruas das Terras dos Cortes Reais, de Vera Cruz  e Rua de Tanger, passando  junto à Escola do Bairro até à Praça de Ceuta (Largo da Igreja).
Eram carreiras de tempos em que Almada ainda era Vila.
As paragens no Pombal, que ficavam frente ao  local que hoje corresponde aproximadamente à sede do Clube Recreativo Pombalense, serviam muita gente, porque na envolvente desta zona residia uma vasta população operária e de serviços.
Nos princípios dos anos 60, já havia prédios e moradores na  Rua Nuno Álvares Botelho (antiga Rua das Barroquinhas, designada assim ainda por gente mais idosa).

Na carreira das 6:55 da "Piedense" com destino a Cacilhas, entrava na época na paragem do Pombal o barbeiro que ia diariamente "fazer" a barba ao Dr. Oliveira Salazar.
Este barbeiro, que era natural das proximidades da terra natal do Dr. Salazar residia no Pombal. Só após a doença/morte do Dr. Salazar foi divulgado na comunicação social, num vespertino da capital, esta actividade particular e importante deste profissional. Quem o conhecia não sabia desta sua função. A sua presença na paragem do Pombal, diariamente pelas 7 horas da manhã com uma pequena mala de madeira na mão, não deixou de despertar curiosidade a quem o conhecia e era seu cliente local, embora sem nunca o ter questionado.

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