sábado, 23 de fevereiro de 2013

Gente de Almada, Gente Que Vive Almada

José da Silva Pinho - Mestre Zé - é natural de Lisboa, nasceu a 16 de Março de 1925 na freguesia de S. Miguel, em Alfama. Em 1952, com 27 anos veio morar para Almada.
Começou a trabalhar aos 7 anos vendendo jornais. Aos 12 anos deixou  este "emprego" e enveredou pela vida de marítimo no Rio Tejo na fragata "A Corticeira" de Albano Leite onde era "moço".
Tirou a Cédula Marítima na Delegação Marítima de Vila Franca de Xira e foi subindo na carreira que abraçou. De "moço" passou por marinheiro, arrais, contra-mestre e mestre (tirou a carta de mestre em 1952) .Terminou nesta categoria a actividade profissional no ano de 1983 reformado por inavlidez. Era então mestre do rebocador "Mutela".
No seu curriculum de marítimo para além de fragatas,  passou por várias embarcações, cargueiros: "cargueiro do Geada", batelões: "Miguel", "Ota", "César" e "Arneiro", lancha "Monfortinho", rebocadores: "Fuinha",  "Monsanto"  e "Mutela".
Em 1943 entrou para o quadro de pessoal da Companhia Colonial de Navegação na categoria de moço e em 1949 passa a marinheiro no rebocador "Mutela".
A  actividade de marítimo não se limitou ao Rio Tejo. Também fez navegação de cabotagem  entre Lisboa, Aveiro, Porto e Viana do Castelo.
Quando do acidente no Rio Tejo com o porta-contentores inglês "Tollan",  Mestre Zé colaborou no salvamento, transportando náufragos deste para o Cais-do-Sodré.
No início de Julho de 1974, quando era mestre no rebocador "Mutela", com os seus homens, fez o salvamento de dois cadetes, James Wale de 23 anos e Rogers Kenneth de 21 anos, do navio-escola americano "Bay Satare", fundeado no Tejo.
 Os cadetes regressavam ao navio-escola depois de parte da noite passada por Lisboa e atrasaram-se. Ao chegarem ao cais, já não tinham transporte para o navio que se encontrava fundeado. Decidiram  meterem-se numa pequena lancha, de caixa aberta que ali se encontrava, a remos. Passado pouco tempo esta começou a meter água, atiraram-se ao rio e foram arrastados até próximo do pilar norte da Ponte sobre o Tejo. O cão de bordo do "Mutela", (do qual José Silva Pinto era o mestre) deu o alerta, começando a ladrar, pelas 6 horas da manhã.
Depois de recolher os cadetes, Mestre Zé transportou-os até à Rocha Conde de Óbidos e entregou o caso à Polícia Marítima que os levou ao Hospital.
A ocorrência foi publicada no Diário de Notícias de 2 de Julho de 1974.
Depois de tantos anos de trabalho marítimo, actividade que abraçou com dedicação e "amor à camisola",  Mestre Zé fala da sua vida e tempos passados no Rio Tejo  com conhecimentos enraizados, vividos e sentidos.
É um coleccionador nato. Entre as suas colecções não poderia faltar uma colecção de fotos e  informações sobre  paquetes, veleiros, navios de guerra, rebocadores, fragatas, cacilheiros e outras embarcações.
 
Mestre Zé com os seus 87 anos, aparece frequentemente, quando o estado do tempo permite, pelas manhãs e tardes, pela Praça de Renovação na esplanada do "Rifera" para  momentos de convívio com amigos, entre estes o Sr. Carlos Alberto Durão, beber a "bica" e fumar um cigarro, hábito ( fumador) que cultiva há mais de 70 anos.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Coisas de Almada e de Gente Que Viveu e Vive Almada

É uma imagem da Praça da Renovação nos primeiros anos da década de 60. Da esquerda para a direita em piso térreo temos as instalações dos Correios, (era ao tempo a única Estação dos Correios em Almada) que ainda hoje funcionam no mesmo local, a seguir o Café Snack-Bar Arcada com esplanada e depois temos a Radiolar - loja de electrodomésticos e venda de discos de vinil (música). O edifício à direita e um pouco atrás é o Externato Frei Luís de Sousa.
No terreno que se vê frente ao muro branco estava o edifício do IANT (Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos), posteriormente demolido, Aí foram construídos dois o prédios. Num deles está sediada actualmente a Agência da  Caixa Geral de Depósitos.
No prédio à esquerda, funcionava no primeiro andar um cabeleireiro-salão de beleza designado "Beleza Feminina".
Por cima da Radiolar, na esquina do prédio, vê-se o anúncio aos frigoríficos Kelvinator.
O local frente à Radiolar era ponto de convívio dos alunos do "Frei" dos  6º e 7º anos nos intervalos de 10 minutos entre as aulas. Eram os únicos que estavam autorizados a sair das instalações durante os intervalos.
 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Coisas de Almada e de Gente Que Vive Almada

É já na próxima sexta-feira, dia 15 de Fevereiro pelas 21 H que no Café "Chá de Histórias", na Rua Cândido dos Reis em Cacilhas, acontece a 2ª Noite do Vinil, onde se pode ouvir  música dos anos 50 e 60 em discos de vinil. A entrada é livre.
A 1ª Noite do Vinil realizou-se no dia 18 de Janeiro de 2013 e foi um êxito.
A apresentação e condução da "Noite"  é feita pelo almadense  José António Santos -"Pila".
Está previsto acontecerem estas sessões todas as terceiras sextas-feiras de cada mês. 
As "Noites do Vinil" são uma organização de "O Farol" - Associação de Cidadania de Cacilhas e da "AAAEEN" - Associação de Antigos Alunos da Escola Emídio Navarro.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Coisas de Almada e de Gente Que Viveu Almada

Notícia publicada no Jornal de Almada - Semanário Regionalista - Nº 595 Ano XII de 15 de Maio de 1966, cujo preço de venda era  1$00 (um escudo).
Na data era Director do Jornal de Almada o seu fundador, Padre Manuel Marques e o Administrador era João Narciso Martins.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Coisas de Almada e de Gente Que Viveu e Vive Almada

Postal da Praia da Costa da Caparica (centro), provavelmente de finais dos anos 60 do século XX, já com parte do paredão construído, mas ainda sem os esporões.
Vêem-se da esquerda para a direita os banheiros (estabelecimentos de banhos) Paraíso, Tarquínio e o Evandro. O Evandro viria a ser desactivado. Na zona onde está a começar a ser construído um esporão, vê-se o antigo restaurante "O Bento".
No areal atrás dos banheiros é visível a linha do Transpraia e os locais demarcados para banhos de sol. No canto inferior esquerdo da foto temos a típica embarcação de pesca da Costa da Caparica.
À direita na foto para além das casas de madeira, está um "carrousel" para crianças.
Para a direita de "O Bento" estavam os banheiros "Primoroso",  "Marcelino", "Vitória" com restaurante (na praia) e ficavam as designadas praias de S.António e S. João da Caparica até ao "bico da areia" - Cova do Vapor.
Os banhistas chegavam aos estabelecimento de banho e ao mar caminhando sobre passadeiras de madeira ao longo das quais  e lateralmente, existiam  postes de madeira com tamanho médio,  onde eram afixados pequenos painéis publicitários.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Coisas de Almada e da Gente Que Viveu e Vive Almada

Almada em postal de um passado muito recente, finais do Séc. XX,  em imagem da antiga Praça de Gil Vicente, com aspecto urbano, moderno, onde o verde e a água faziam parte da paisagem e da vida desta cidade no local.
O contraste com a imagem actual da mesma Praça, depois da designada "requalificação urbana" desencadeada pela Câmara Municipal é brutal e para pior. Hoje neste mesmo lugar de Almada passa um comboio inútil e despesista e, predomina a pedra na paisagem associada a postes que sustentam a catenária. Perdeu-se a beleza da Praça, o verde, as flores, as árvores, o movimento das pessoas e Almada ficou cheia de pedras
Almada andou para trás na primeira década deste Séc. XXI. Desertificaram-na. Tiraram-lhe vida urbana e a vivência  humana no quotidiano.