domingo, 22 de abril de 2007

Gente de Almada, Gente Que Viveu Almada

Dr. José Malheiro da Silva, não sendo natural de Almada, radicou-se e viveu aqui desde 1960. Tinha o seu consultório de Estomatologista no Laranjeiro, por cima do Café Oásis, onde o conheci em 1969.
Minhoto, nasceu em Venade, concelho de Caminha, tendo estudado medicina em Coimbra e no Porto. Faleceu em Almada aos 70 anos de idade.
Médico competentíssimo na sua especialidade, disso tenho as naturais provas.
O Dr Malheiro era uma pessoa com peculiaridades naturais, que a uns agradavam a outros menos.
Foi um antifascista de primeira linha no concelho de Almada. Privei com ele alguns momentos de amenas cavaqueiras sobre política antes do 25 de Abril de 1974 e posteriormente, quer no Café Oásis, quer no café Central em Almada, quer quando nos encontravamos na rua, quer também no seu consultório, que frequentei por algum tempo em tratamentos.
A nossa amizade e camaradagem foi além das visitas de consultório e permaneceu até que a morte o separou do convivio dos seus amigos.
Da sua luta antifascista no concelho salientam-se as numerosas actividades politico-culturais desenvolvidas, os comícios em que participava, orador notável, onde empolgava a assistência com incisivas e arrojadas declarações políticas ao lado de outros antifascistas. Recordo aqui um comício da Oposição Democrática, realizado na Incrivel Almadense em 1973, onde o Dr. Malheiro e José Correia Pires (anarquista) deram uma grande bordoada no regime através das suas intervenções.
O Dr. Malheiro, pessoa de grande formação político-cultural tinha uma forte personalidade, um caracter firme e determinado que o marcaram na luta antifascista no concelho de Almada, não se deixando embalar, nem embarcar em demagogias.
Para além de médico e lutador antifascista, o Dr José Malheiro da Silva distinguiu-se também como conferencista e associativista.
Foi dirigente de várias colectividades no concelho de Almada, tendo dedicado algum do seu tempo ao estudo do Associativismo Popular.

domingo, 8 de abril de 2007

Coisas de Almada e da Gente de Almada

Porque estará neste estado a casa onde nasceu o notável almadense Maestro Leonel Duarte Ferreira, na designada "Rua Direita", a Rua Capitão Leitão, tão próximo dos Paços do Concelho?
Para cúmulo, estas ruínas ostentam uma placa evocativa deste almadense, datada de 1959, uma homenagem da edilidade de então.
Será por isso que os "democratas actuais", não se mostram interessados em recuperar/preservar o edifício, negociando com os proprietários ? ou o negócio imobiliário está a imperar?
Afinal até se queima tanto dinheiro em fogos de artifíco e em super espectáculos musicais, e deixa-se em ruínas a casa onde nasceu um almadense que dedicou a sua vida à música, na sua Academia Almadense .
Ou será para fazer dois em um: ver as ruínas e a placa evocativa?
Almada cidade arqueológica?