Arménio Reis era natural de Almada, nasceu em Cacilhas a 13 de Julho de 1934. Cidadão de grande talento artístico, começou na sua meninice a trabalhar em ourivesaria. Mais tarde dedicou-se à pintura e foi como aguarelista que também nos deixou excelentes trabalhos. Para lá da pintura, Arménio Reis revelou os dotes criativos das suas qualidades inatas, na decoração, cenografia, grafismo e na poesia que dedicava espontaneamente aos amigos. Participou com seus trabalhos em várias exposições em Portugal e além fronteiras. Os seus trabalhos encontram-se espalhados pelo Mundo.
Arménio Reis era uma pessoa com ideias e vivência próprias, que não esquecia as dificuldades económicas e as carências que ele e seus pais tinham passado e sempre soube retribuir o reconhecimento a quem tinha ajudado os seus a ultrapassar alguns momentos menos felizes.
Arménio Reis, na década de 90, era figura presente pelas manhãs e tardes à mesa de Café na Praça da Renovação, (Praça MFA), com muitos de seus amigos entre os quais: Francisco Bastos, Jaime Feio, Carlos Durão, João Samorrinha, Miguel Cantinho, Henrique Mota e Fernando Coelho. Os momentos vividos com ele foram sempre ocasião para períodos de boa disposição e normalmente era nesses momentos que Arménio Reis rascunhava num qualquer papel, às vezes na toalha de papel da mesa ou num guardanapo, umas quadras dedicadas a um dos presentes, assim como em ocasiões, rascunhava qualquer coisa que não era uma coisa qualquer. Até num prato de servir bolos no café, o Arménio Reis fazia pintura de improviso que oferecia à empregada.
Pessoa humilde, Arménio Reis tinha um carinho especial por um companheiro de tertúlia também pessoa boa, João Samorrinha, de mais idade, mas baixinho. Quando o via chegar tinha sempre uma tirada que fazia rir o pessoal, entre elas esta: “Fui levar o puto à escola de manhã e ele já aqui está. Fugiste?” Numa das vezes em que de improviso o Arménio Reis escreveu umas quadras, estas dedicadas ao seu amigo Francisco Bastos, estavamos presente e aqui as reproduzimos.
Ainda me lembro bem
Quando te via correr
Corrias como ninguém
Até dava gosto ver
De passada forte e larga
Corre o leão sob o peito
Da memória não se apaga
Da massa que eras feito
Não gosto de te ver triste
Que me aperta o coração
O que foste e o que viste
Nem pareces um leão.
Arménio Reis faleceu, um tanto ou quanto inesperadamente porque inicialmente nada fazia prever esse desenlace, em 5 de Fevereiro de 1997, após um período de internamento no Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde ainda o visitámos por duas vezes.
Arménio Reis era uma pessoa com ideias e vivência próprias, que não esquecia as dificuldades económicas e as carências que ele e seus pais tinham passado e sempre soube retribuir o reconhecimento a quem tinha ajudado os seus a ultrapassar alguns momentos menos felizes.
Arménio Reis, na década de 90, era figura presente pelas manhãs e tardes à mesa de Café na Praça da Renovação, (Praça MFA), com muitos de seus amigos entre os quais: Francisco Bastos, Jaime Feio, Carlos Durão, João Samorrinha, Miguel Cantinho, Henrique Mota e Fernando Coelho. Os momentos vividos com ele foram sempre ocasião para períodos de boa disposição e normalmente era nesses momentos que Arménio Reis rascunhava num qualquer papel, às vezes na toalha de papel da mesa ou num guardanapo, umas quadras dedicadas a um dos presentes, assim como em ocasiões, rascunhava qualquer coisa que não era uma coisa qualquer. Até num prato de servir bolos no café, o Arménio Reis fazia pintura de improviso que oferecia à empregada.
Pessoa humilde, Arménio Reis tinha um carinho especial por um companheiro de tertúlia também pessoa boa, João Samorrinha, de mais idade, mas baixinho. Quando o via chegar tinha sempre uma tirada que fazia rir o pessoal, entre elas esta: “Fui levar o puto à escola de manhã e ele já aqui está. Fugiste?” Numa das vezes em que de improviso o Arménio Reis escreveu umas quadras, estas dedicadas ao seu amigo Francisco Bastos, estavamos presente e aqui as reproduzimos.
Ainda me lembro bem
Quando te via correr
Corrias como ninguém
Até dava gosto ver
De passada forte e larga
Corre o leão sob o peito
Da memória não se apaga
Da massa que eras feito
Não gosto de te ver triste
Que me aperta o coração
O que foste e o que viste
Nem pareces um leão.
Arménio Reis faleceu, um tanto ou quanto inesperadamente porque inicialmente nada fazia prever esse desenlace, em 5 de Fevereiro de 1997, após um período de internamento no Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde ainda o visitámos por duas vezes.
3 comentários:
Armenio Reis foi um Mestre, um exemplo de grande Coragem e Determinação. Um dos muitos almadenses que sempre se norteou pela Verticalidade e pela Frontalidade em dizer NÂO a todos aqueles, fossem de direita ou de esquerda, tentaram calar a sua voz.
Como registo hisórico diga-se que foi um dos fundadores da associação SCALA-Sociedade de Artes e Letras de Almada e autor do seu logotipo.Está representado no I Volume do meu livro ALMADA GENTE NOSSA-Entrevistas(2001).
Como seu amigo intimo e admirador, presto-lhe homenagem com este poema.
IN MEMORIAM
a Arménio Reis
Numa aguarela
repousam silhuetas
da tua criação.
Triste realidade,
de uma memória e vivência.
Sublime expressão
de sentir
e criatividade.
Nos teus pincéis
nasceu poesia,
fervilhada,
em múltiplas cores.
Arco-iris
por entre um Sol,
que não sendo amarelo,
parece dizer:
estás presente
poeta e pintor
Extraído do meu livro "Trihos de poesia"(2003)
Com respeito e admiração
ARTUR VAZ
Jornalista e Escritor
Arménio Reis foi amigo de seu amigo e amigo de todos os que se sabiam respeitar e o respeitavam.
Meu pai meu mestre
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