O Sr. Carlos Alberto Pinto Durão, almadense de raiz, embora tenha nascido em Lisboa (os pais viviam em Cacilhas), com os seus 83 anos é um cidadão que viveu e vive Almada, falando-nos com naturalidade rara de muitos aspectos, acontecimentos e conhecimentos do seu passado vivido nesta terra e de gentes que aqui residiram, viveram, trabalharam e contribuiram para o crescimento e desenvolvimento da sua terra.
Os anos vividos, os acontecimentos passados, as relações pessoais e amizades que cultivou e o seu conhecimento de muitas das vivências, estão presentes em si de tão viva memória que, quando se conversa com o Sr. Carlos Durão aprende-se sempre algo mais de Almada, que nunca encontraríamos nas páginas de um livro.
Iniciou a actividade laboral, quando tinha 17 anos, trabalhando com o avô materno, o Sr. José Pinto Gonçalves na empresa deste, José Pinto Gonçalves Lda, - Armazém de Mercearias, Cereais, Legumes, Azeites e Vinhos e também agente dos cimentos Secil e distribuidor da Central de Cervejas - armazém cujas últimas instalações, foram na Av. D. Afonso Henriques nº 15 em Almada, desde Agosto de 1950 até ao encerramento em 1975.
Após a morte do avô, em 10 de Outubro de 1956, assumiu a gerência da empresa até 1961. Sai, ficando na firma unicamente como sócio, continuando todavia a assegurar a representação da Unicervi, Lda. - Comércio e Representações, Lda.
No início da década de 60 adquire com a esposa as quotas da firma Mendes e Pinto, Lda, em Cacilhas, loja de comes e bebes, de que seu avô era sócio e abre depois aí a Cervejaria Farol, casa sobejamente conhecida e movimentada que mantém até 18 de Dezembro de 1974, vendendo então as quotas. Esta cervejaria que granjeou notoriedade desde seus primórdios, ainda existe no local, sendo uma casa de referência, no género, em Cacilhas.
Em Janeiro de 1975 ocupa-se em exclusivo como gerente da Unicervi, Lda, com sede em Palmela, situação que mantém até aos 65 anos de idade, quando se reforma.
Paralelamente à actividade profissional e comercial dedicou-se e dedica-se ainda a actividades sócio-comunitárias. Foi mesário da Santa Casa da Misericórdia de Almada, elemento dos corpos directivos do Ginásio Clube do Sul durante 10 anos, do qual é sócio há mais de 67 anos, da Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada - SCALA, de que é presentemente membro do Conselho Fiscal, depois de ter sido Tesoureiro durante alguns anos.
É sócio fundador da Associação de Cidadania de Cacilhas - O Farol.
O avô paterno do Sr. Carlos Durão, Jerónimo Rodrigues Durão, dono de várias embarcações no rio Tejo esteve ligado a actividades de transporte de mercadorias entre navios ancorados no rio e margens e, de passageiros entre as duas margens do Tejo. Os cacilheiros "Renovação", "Recordação", "Nacional" e "Renascer" eram propriedade da famíla Durão (Jerónimo Durão & Filhos, Lda e depois, Jerónimo Rodrigues Durão, Herd., Lda).
É frequente encontrarmos o Sr. Carlos Durão na Praça da Renovação em tertúlia de amigos, onde anos atrás também pontificavam: António Calado, Arménio Reis, Fernando Coelho, Francisco Bastos, Henrique Mota, Jaime Feio, Ludgero Braz, Manuel Machaqueiro e Miguel Cantinho, entre outros.
Cidadão respeitado por todos, de raras qualidades pessoais e humanas, de relações cordiais, grande conhecedor de Almada e do concelho, aberto ao diálogo, tem dado um contributo valioso através do seu trabalho, conhecimentos e dedicação, para a dignificação de Almada e registo histórico de ocorrências, episódios, pessoas e vida da sua terra.
A fotografia é de Luís Filipe Bayó Veiga, a quem agradecemos a colaboração.
Um comentário:
grande Almadense, mesmo.
e um ser humano de excepção.
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